Afastada de seu programa semanal no SBT, a apresentadora Eliana falou recentemente sobre os problemas de sua segunda gestação, em uma entrevista para a jornalista Chris Flores. Com oito meses de gravidez e agora fora de perigo, ela se emocionou ao falar da luta para salvar Manuela, que apresentou problemas desde o comecinho da gestação.
Além do recente descolamento de placenta, Eliana revelou na entrevista que fez uma cirurgia quando estava grávida de 11 semanas (antes dos três meses). Conhecida como cerclagem, esse tipo de operação é feita para evitar que o bebê nasça prematuro e garanta uma gravidez mais segura.
A cirurgia é um dos tratamentos para uma doença chamada Incompetência Istmo Cervical, que é quando o colo perde a capacidade de suportar o peso da gravidez. Para tratar o problema que acomete cerca de 1% da população geral, existem três meios: o uso do hormônio progesterona, o pessário e a cerclagem.
“Enquanto o uso do hormônio é mais indicado com o avançar da gravidez, a cirurgia é mais indicada no início e nada mais é do que a colocação de um fio de sutura no colo uterino para impedir sua dilatação antes do tempo desejado”, explica Olímpio Barbosa de Moraes Filho, Presidente da Comissão de Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Já o pessário, uma espécie de anel de borracha ou silicone que fecha o colo do útero sem a necessidade de cirurgia, ainda não tem eficácia garantida: "Os estudos sobre o objeto ainda têm que ser mais elaborados. Apesar de ser usados em alguns casos, ele ainda não tem sua eficácia tão comprovada quanto a cerclagem", explica o ginecologista e obstetra Mario Macoto, chefe de Obstetrícia da Maternidade Pro Matre Paulista.
O caso de Eliana
Durante a entrevista, Eliana contou que sua cerclagem foi feita muito cedo: “A Manu é muito guerreira, porque sem que ninguém soubesse, eu já fiz uma cirurgia quando ela tinha 11 semanas. A gente ficou quatro horas em um centro cirúrgico e ela foi monitorada o tempo inteiro e estava bem, tudo bem, coração batendo bem, ela estava espivetadinha e eu com duas anestesias gerais e raqui para fazer essa cerclagem, que é nova no Brasil. A minha foi feita por cima com um robô. Eu estou com cinco cicatrizes na barriga”.
A cirurgia na barriga é mais incomum, segundo Barbosa: “Normalmente, a cerclagem é feita através de uma sutura do colo uterino, por meio do canal vaginal, sem a necessidade de fazer corte na barriga. Este caso só é indicado quando existe contraindicação, uma cirurgia prévia ou problemas no colo uterino. É bem raro”.
Barbosa também diz que geralmente o indicado é fazer a cerclagem somente após a 12ª semana, quando há menos risco de abortamento. Macoto, no entanto, diz que também é normal realizar a cirurgia nesse período: “Se o ultrassom mostrou que a criança está bem, não vejo problema em fazer”.
Após a cirurgia, o risco de aborto ou parto prematuro diminui, mas não desaparece. “Por isso, é indicado repouso físico e acompanhamento médico até o parto, que ainda assim pode ser normal ou por cesárea”, afirma Macoto. “Se a gravidez correr bem, quando a mãe estiver de 36 ou 37 semanas, o médico retira os pontos e aguarda o nascimento do bebê por parto normal. Se for necessária uma cesárea, vai depender de como foi feita a cerclagem: por via vaginal, retiramos os pontos, e por via abdominal, mantemos”.
Nota publicada por UOL
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