Depois de muita dança das cadeiras, SBT e Record estrearam no dia 30 de agosto as suas novas atrações dominicais e esquentaram a guerra de audiência, prejudicando até a toda poderosa TV Globo. No entanto, a emissora de Silvio Santos ganhou o jogo, pois Eliana manteve a audiência do horário e conseguiu uma excelente crítica da imprensa especializada.
Apesar de manter certos quadros do reformulado Tudo é Possível — como a participação dos cientistas e de crianças mostrando o seu talento — a atração que leva o nome da apresentadora mantém trouxe ao público algo novo. Destaco o ótimo Os Opostos se Atraem. Com artistas bem escolhidos, posso considerar o game-reality realmente como um bom entretenimento.
Analisando o conjunto, temos um programa jovem, bem formatado, idealizado, editado e muito moderno, inclusive o cenário: um dos mais bonitos já feitos pelo SBT. Porém, acredito que há um erro mínimo, mas que faz a diferença. O figurino da apresentadora acaba limitando as ações dela em estúdio, já que, com aqueles vestidos curtíssimos, fica complicado interagir mais com os convidados e com o auditório. Nem abaixar ela pode.
Outro ponto importante é o tempo dos quadros. Extremamente longos. Claro que são aqueles que mais dão retorno, mas uma duração muito extensa pode cansar os formatos. Por isso, aprender a dosar é essencial. Acredito que o SBT já devia ter colocado o programa ao vivo, principalmente porque combina com um domingo e deixa tudo muito mais real e próximo ao telespectador exigente e esperto.
No início da noite, temos o Programa do Gugu, que na verdade parece ser um Domingo Legal chato, sem ritmo e com uma profunda falta de criatividade. O quadro de dança perdeu a graça também, pois foi um filão muito utilizado por outros programas. Portanto, entra na lista da repetição exaustiva que é o restante da atração. Só mudou de canal.
O diretor do programa podia aproveitar a estrutura do jornalismo da Record e apostar em musicais, fazendo o próprio auditório ficar mais incluído. Da forma que está, não tem gosto, dinâmica e nem vontade de assistir. Aliás, faltou estratégia da direção da emissora. Durante as conversas com Gugu Liberato, a imagem do apresentador foi muito exposta e, em diversas vezes, criticada com veemência. Dessa forma, deviam ter apostado no descanso da imagem do comunicador.
Depois de um mês das estreias, ficou evidente que às vezes o barato dá mais certo que o mais caro. Não basta somente salários altos e investimentos absurdos, mas sim um investimento bem encaminhado e adequado. Sem exageros. Apesar dos horários diferentes, os produtos são comparados. É inevitável. Afinal, trocaram de emissora na mesma época e pelos mesmos ideais. Eliana é mais barata e está fazendo mais sucesso. Enquanto isso, a Record ainda não conseguiu fazer o Gugu dar os sonhados 20 pontos. Agora, comecem a rebolar!
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